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Escola inclusiva quebra barreiras de comunicação

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Com lápis, papel e tesoura, a professora Carla Naides da Costa, da Escola Básica Municipal Clara Urmann Rosa, ensina aos alunos como fazerem suas releituras das obras do artista espanhol Pablo Picasso. As aulas na disciplina de arte são realizadas duas vezes por semana, mas vão a fundo na interpretação e na aproximação dos alunos com a arte. Um detalhe traz às aulas ainda mais significado, a professora Carla é surda e trouxe em sua rotina com a escola os desafios de uma educação efetivamente inclusiva.

No conteúdo os alunos aprendem a ler e interpretar obras, controem uma relação com a produção artística e são apresentados para a importância de respeitar a singularidade das obras de cada colega. Todos tem o que mais precisam em uma aula de Arte: subsídios para pesquisar e liberdade para criar.

De acordo com Carla, as aulas nesta disciplina contribuem com o desenvolvimento do ser humano. “Trabalhar a obra de Pablo Picasso é muito importante no mundo cultural, por isso escolhi este artista. Assim como entender, compreender e relacionar com as artes plásticas, utilizando temas centrais como cores, formas e sentidos”, explica.

Para quebrar as barreiras de comunicação entre professora e alunos, uma intérprete acompanha as aulas e auxilia na comunicação com as turmas, o que facilita o vínculo entre eles e faz com que todo o conteúdo fique muito bem explicado. Mesmo sabendo da efetividade das ações, a escola foi além, e oferece aos mais de 200 alunos da instituição, aulas gratuitas de Libras – Língua Brasileira de Sinais.

“As aulas de Arte são as melhores que temos, a professora é muito criativa e nos traz muitas atividades diferentes, o fato de ela não ouvir, não atrapalha em nada nossa aprendizagem porque temos a professora intérprete e também temos aula de Libras a fim de melhorar nossa comunicação com a professora e com os outros surdos”, conta o aluno João Vitor Zanin.

Para a Secretária de Educação Sandra Galera, uma educação inclusiva acolhe os indivíduos reconhecendo a diversidade humana de forma que cada um encontre a sua excelência e a sua superação. “Muito se fala na inclusão dos alunos, mas e os profissionais? A inclusão deve ser pensada além do que é exigido na legislação. Trata-se de um movimento constante de transformação e construção da autonomia e para que isso aconteça efetivamente é preciso que os professores tenham uma base, um apoio para que possam desempenhar suas atividades com qualidade”, disse.

Na Rede Municipal de Ensino cada caso é avaliado individualmente pela equipe pedagógica da Secretaria de Educação que dá o suporte aos profissionais para que construam e desenvolvam seu trabalho. Atualmente a Rede conta com 5 professores surdos e 2 com baixa visão, atuando de maneira incluída nas Escolas Básicas Municipais e Centros de Educação Infantil Municipal.