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Mudas para um futuro mais ecológico

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No Oeste de Santa Catarina, as condições climáticas aliadas ao desmatamento e à poluição estão causando o desaparecimento de muitas árvores que só desenvolvem-se na região.Com a proposta de estimular o reflorestamento e conscientizar a comunidade sobre os riscos que o ecossistema de Santa Catarina está correndo, o Viveiro Florestal – projeto de extensão da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) – identificou na Exposição-Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Chapecó (EFAPI 2017) uma alternativa para levar ao conhecimento do público informações sobre prevenção, consciência e reflorestamento. De acordo com Alencar Belotti, engenheiro agrônomo e coordenador do Viveiro, a proposta é que as atividades do projeto sigam uma linha evolutiva no decorrer das edições da EFAPI. “Na edição passada falamos sobre sementes, assunto que é base da germinação e propagação das plantas. Dessa vez, estamos com uma abordagem mais especializada na preservação e no reflorestamento”, comenta.

Durante a EFAPI, orientações sobre coleta seletiva, manejo integrado, conservação de solo e utilização de água estão sendo divulgadas aos visitantes do espaço. A intenção, de acordo com Alencar, é fazer com que a população reflita sobre os últimos 100 anos de Chapecó para que o próximo centenário seja mais focado em sustentabilidade e preservação ambiental. Ele espera que além de preservar o meio ambiente, a economia seja aplicada para evitar desperdício de recursos e prejuízos entre os agricultores.

O Viveiro Florestal atua desde 2002 com o objetivo de realizar ações ambientais de ensino, pesquisa e extensão junto à comunidade. Por ano, são produzidas e distribuídas cerca de 90 mil mudas nativas do Bioma Mata Atlântica de forma gratuita. “Estamos trabalhando com espécies que já são indicativas para a criação de sistemas silvipastoris, que são utilizadas para o manejo integrado de gado, pasto e árvores. Também temos espécies plantadas Áreas de Preservação Permanente, que são produtoras de água e madeiras nobres para utilização comercial e em artesanatos”, relata Alencar. O Viveiro também realiza a produção vegetal de plantas aromáticas e medicinais.

Sandra Seccom Rodrigueiro, agricultora de Caxambú do Sul, levou algumas mudas com a proposta de reflorestamento. “Muitas espécies disponíveis aqui no Viveiro estão deixando de existir no interior. Nós temos a possibilidade plantar mudas na tentativa de reflorestar os nossos ambientes.”, afirma.

De acordo com Alencar, distribuir essas mudas para a população é a certeza de que elas serão plantadas e cuidadas pelos visitantes. “Estamos presentes em todas as edições da EFAPI e já fomos procurados por pessoas que nos relataram que plantaram as mudas que buscaram em nosso espaço e estas já estão se desenvolvendo. É uma semente que estamos plantando, e a cada EFAPI evoluímos um pouco”, comenta. Nesta edição, o Viveiro Florestal está com uma equipe de 16 pessoas, entre técnicos-administrativos e bolsistas do projeto de extensão.

Para o agricultor Odair Gonçalves, o Viveiro Florestal trouxe ideias que ele irá colocar em prática em sua propriedade. “Eu tinha bastante expectativa para conhecer esse espaço. Estando aqui, conseguimos abrir nossas cabeças para novos métodos que farão a diferença no cotidiano”.

CONHECIMENTO ALÉM DA SALA DE AULA

Taize Piaia é estudante do 3° período de Agronomia e considera que ser bolsista do Viveiro Florestal é uma das melhores experiências da graduação. Durante a EFAPI, ela está aprendendo a trocar informações com os visitantes da Feira. “Estou conhecendo diversos produtores rurais que possuem muito mais experiência do que eu. Além de repassar conhecimentos acadêmicos, também estou aprendendo com a vivência que eles possuem ao atuar nas propriedades”, relata.

“Nesse curto período de feira, já percebi mudanças nos estudantes que estão participando conosco. O contato com a diversidade de público que recebemos auxilia na abordagem que eles têm com as pessoas que passam pelo nosso espaço”, analisa Alencar.